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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Chuvas em Minas - Ainda dá tempo de evitar alagamentos e deslizamentos?

Mais um ano de inundações e deslizamentos causados pelas chuvas que têm se tornado problemas graves e crônicos. O que pouca gente sabe é que existem soluções que podem ser encontradas na própria natureza para tentar evitar problemas como esses, que são as chamadas Soluções Baseadas na Natureza (SBN). 
A restauração e conservação de algumas áreas naturais, por exemplo, favorecem a infiltração da água de chuva no solo, beneficiando todo o ciclo hidrológico e contribuindo para a recarga dos aquíferos. Além disso, a preservação de áreas sensíveis, como margens de rios e morros íngremes, ajuda a manter a segurança das pessoas em caso de eventos climáticos extremos e também mantém o habitat para a biodiversidade.
O mais inteligente neste momento é investir em ações que aumentem a resiliência da sociedade à mudança climática – fenômeno que potencializa eventos climáticos extremos, como tempestades – e trazem benefícios adicionais, como a proteção da natureza e de seus serviços ecossistêmicos.
Fonte:  Renato Atanázio, coordenador de Soluções Baseadas na Natureza da Fundação Grupo Boticário


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Meio ambiente é essencial para cidades inteligentes

ESE - Cidades em Movimento 2018 analisou nove dimensões de 165 cidades pelo mundo

Nova Iorque é a cidade mais inteligente do mundo, segundo estudo realizado pelo IESE - Business School 
Créditos: Divulgação 
         O uso da tecnologia é vital para uma cidade se tornar inteligente, uma vez que a automatização de processos, a ampliação de acessos e a geração de dados são importantes para melhorar a qualidade de vida da população. Entretanto, há muitos outros aspectos que devem ser levados em consideração quando se trata de democratizar o uso dos serviços públicos e prover uma gestão urbana eficiente. É isso que o IESE – Cidades em Movimento 2018 considera no momento de analisar se uma cidade é inteligente ou não. O estudo realizado pela IESE – Business School da Universidade de Navarra (Espanha), que chega a sua 5.ª edição, usa como base 83 indicadores divididos em nove dimensões para classificar o índice de inteligência de 165 cidades de todo o mundo.
                Segundo o diretor técnico do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), Fernando Matesco, esse é um dos mais completos estudos sobre a área porque considera o planejamento estratégico dos centros urbanos como um todo. Para Matesco, um dos destaques do material é a inclusão de fatores ambientais como primordiais para elevar a classificação de uma cidade como inteligente. Entre os itens da dimensão estão a emissão de CO2 e metano, o acesso à água, a quantidade de partículas no ar, o nível de poluição, a previsão de aumento de temperatura e até o volume de lixo gerado por pessoa.  “O desenvolvimento tem que ser sustentável. Não adianta apenas ter tecnologia. É importante que as cidades estejam preparadas para serem globais e inovadoras, mas respeitando seus limites e também os limites do meio ambiente”, destaca o diretor.
              Os benefícios de manter e ampliar áreas verdes numa cidade avançam também para a área da saúde: em palestra ministrada no IX Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), a pesquisadora sueca Matilda Van den Bosch afirmou que a interação das pessoas com o meio ambiente melhora fatores como estresse, depressão e doenças mentais. Além disso, as mudanças climáticas apresentam riscos à saúde e a manutenção de áreas verdes nas cidades é essencial para reverter esse quadro negativo do aquecimento global. Ela alertou: “Podemos nos adaptar a um aumento de temperatura, mas sempre há um limite humano e algumas cidades sofrerão muito com isso futuramente”.
                As nove dimensões analisadas na pesquisa da IESE incluem indicadores relacionados ao capital humano, aspectos sociais, economia, governança, meio ambiente, mobilidade e transporte, planejamento urbano, acesso a serviços internacionais e tecnologia. “Capital humano é a primeira dimensão tratada no estudo exatamente porque as pessoas são essenciais para tornarem uma cidade inteligente. A participação do cidadão é o que vai fazer a diferença para encontrar as soluções mais efetivas para problemas comuns. Também vale citar que a educação exerce um papel importante nesse cenário: um nível maior de escolaridade ajuda no entendimento da sociedade e nos direitos e deveres individuais e coletivos”, ressalta Matesco.
                 Na área de tecnologia, o estudo abrange indicadores como o índice de inovação da cidade (classificação realizada pelo Programa de Cidades Inovadoras), quantidade de casas com acesso à internet e até quantos habitantes estão inscritos em redes sociais como Twitter, LinkedIn e Facebook. Segundo o diretor técnico do ICI, essas inclusões podem gerar estranhamento em algumas pessoas, entretanto, elas são importantes para destacar a liberdade de expressão e acesso à informação. “As redes sociais são canais livres de comunicação. Qualquer um pode gerar conteúdo e divulgá-lo mundo afora. Essa inclusão é interessante porque ressalta exatamente como essas cidades permitem que as pessoas se comuniquem”, finaliza.

Fatores ambientais
Para o biólogo Fabiano Melo, doutor em Ecologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-doutor pela University of Wisconsin (EUA) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, o meio ambiente é essencial para uma cidade ser considerada inteligente. “Há uma infinidade de benefícios e vantagens, em maior ou menor escala. Os diversos benefícios que isso pode trazer incluem o bem-estar humano; a qualidade de vida atrelada a uma rotina mais saudável; serviços ecossistêmicos prestados pela natureza, como a manutenção da qualidade do ar em bons níveis (minimamente toleráveis e adequados), a polinização de hortas e jardins (em especial de árvores frutíferas que mantemos em nossos quintais), entre outros”, explica.
Segundo o especialista, muitas cidades ainda não colocam o cuidado com o meio ambiente como um fator vital de desenvolvimento. A falta de reciclagem e otimização de recursos é um dos exemplos. A ampliação de áreas verdes e dos próprios espaços entre residências é outro. “Em países desenvolvidos, é comum ter jardins e bons espaços entre as residências de bairros de classe média/alta. Aqui no Brasil, mesmo os condomínios de classe alta, que estão sendo consolidados recentemente, apresentam imóveis pequenos, com espaços estreitos entre as casas e que acabam não permitindo uma arborização adequada. Sem falar em outros tipos de loteamentos que consomem áreas verdes; um completo absurdo e contrassenso”, analisa.
O biólogo ainda reforça a importância de pensar no meio ambiente para possibilitar mais qualidade de vida aos cidadãos. “Plantas, áreas verdes, florestas em geral e cursos d’água potável são sonhos de consumo aqui no Brasil e devem compor a demanda futura por cidades inteligentes. Se isso não ocorrer, não conseguiremos acompanhar essa nova demanda e adoeceremos com as próprias cidades, uma vez que não teremos condições de manter altos e bons níveis de saúde, seja pelo ar poluído, pelo estresse do trânsito caótico, pela combinação de infraestrutura e falta de escoamento de água da chuva (com enchentes e alagamentos), com a manutenção de velhos problemas de saúde, como transmissão de zoonoses bem conhecidas por nós”, conclui.

Ranking - IESE - Cidades em Movimento 2018
Cidades mais inteligentes (ranking geral)
  1. Nova Iorque (Estados Unidos) - 100
  2. Londres (Reino Unido) - 99.27
  3. Paris (França) - 90.20
Cidades mais inteligentes (ranking Brasil)
  1. São Paulo (SP) – 44.63
  2. Rio de Janeiro (RJ) – 41.89
  3. Curitiba (PR) – 37.09
  4. Brasília (DF) – 36.05
  5. Salvador (BA) – 31.65
  6. Belo Horizonte (BH) – 30.21
Ranking por dimensão
Capital Humano 1. Londres (Reino Unido)
Aspectos Sociais 1. Helsínquia (Finlândia)
Economia 1. Nova Iorque (Estados Unidos)
Governança 1. Bern (Suíça)
Meio ambiente 1. Reiquiavique (Islândia)
Mobilidade e transporte 1. Paris (França)
Planejamento Urbano 1. Nova Iorque (Estados Unidos)
Acesso a Serviços Internacionais 1. Paris (França)
Tecnologia 1. Hong Kong (China)
Sobre o ICI
O ICI – Instituto das Cidades Inteligentes é uma organização criada em 1998, com atuação em todo o território nacional, referência em pesquisa, integração, desenvolvimento e implementação de soluções completas de TIC para a gestão pública. Mais informações: www.ici.curitiba.org.br.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Um compromisso de todos nós

* Malu Nunes
Em meio à corrida presidencial, historicamente, acompanhamos pautas ligadas à conservação ambiental serem colocadas em segundo plano. O resultado dessa postura são mandatos inoperantes em relação à degradação gradual e ininterrupta de nossas florestas e recursos naturais. Precisamos que os candidatos ao Palácio da Alvorada – assim como candidatos ao Legislativo e aos executivos estaduais – assumam compromissos verdadeiros com a preservação da nossa biodiversidade, por mais que promessas ligadas ao meio ambiente não atraiam tantos votos.
Novas lentes e olhar crítico sobre a nossa incomparável biodiversidade – Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Pampa, ambientes costeiros e marinhos... – mostram como a conservação de nossos biomas são vitais para o desenvolvimento do país e para o bem-estar da população. O que seria de todos os setores da economia e das nossas cidades sem água abundante e limpa, solos produtivos e recursos naturais? Áreas verdes e costeiras preservadas nos garantem também atrativos turísticos, clima equilibrado e ar de qualidade.
Nossos governantes e todos nós brasileiros precisamos perceber que o nosso capital verde suporta e dá sustento às demais atividades, sejam elas econômicas ou sociais. Entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pelas Nações Unidas para transformar o mundo até 2030, os quatro relacionados à proteção e à conservação da biosfera são essenciais para atingir os demais, como acabar com a fome, garantir vida saudável à população e permitir o crescimento econômico. Sem o uso sustentável dos recursos naturais, os impactos negativos do desequilíbrio do ecossistema serão ampliados.
Compromissos factíveis para os próximos quatro anos – propostos em cartas elaboradas aos presidenciáveis pela SOS Mata Atlântica e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, por exemplo – englobam: a implantação de incentivos econômicos, fiscais e tributários voltados à manutenção e à regeneração da vegetação nativa em imóveis privados; a garantia do uso público qualificado em pelo menos metade dos parques nacionais, fortalecendo instituições públicas e promovendo concessões de serviços, turismo e outros negócios sustentáveis; o aumento do uso de fontes renováveis de energia; maior controle e monitoramento para zerar o desmatamento; e a proteção de pelo menos 10% dos diferentes ecossistemas costeiros e marinhos – como mangues, restingas e corais – a partir da criação de unidades de conservação para a conservação da biodiversidade.
Essas propostas são possíveis e a responsabilidade não recai apenas sobre o poder público. A sociedade civil organizada, o setor privado e as universidades também têm seu papel neste processo e devem estar abertos a parcerias e projetos qualificados. Neste mês, a Fundação Grupo Boticário completa 28 anos dedicados à proteção da natureza. Ao lado de outras entidades e em contato direto com atores públicos, sabemos que os desafios para conservar o patrimônio natural são grandes, urgentes e de todos os brasileiros. Atuar em rede e nos unirmos torna-se vital.

* Malu Nunes é diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

VOCÊ TAMBÉM PODE COMENTAR OU ENVIAR SEUS ARTIGOS ATRAVÉS DE e-mail anoradiante@yahoo.com.br ou anoradiante@gmail.com . Pode também enviar pelos Correios pra Editora Radiante, rua Francisco Portela,102-Bairro N S Fátima-36.740-000-Recreio,MG

domingo, 23 de setembro de 2018

Especialistas lutam pela conservação de aves ameaçadas de extinção

Estudos ajudaram na criação de áreas protegidas e na redescoberta da rolinha-do-planalto, espécie exclusiva do Brasil que não era encontrada há 75 anos












A rolinha-do-planalto é exclusiva do Brasil e estava desaparecida há 75 anos 
Créditos: Bruno Rennó 


A criação de áreas protegidas tem sido um dos caminhos mais eficazes para preservar espécies ameaçadas de extinção e tentar reverter esse quadro. Pesquisadores em todas as regiões do país mobilizam-se para identificar novas populações de animais e articulam-se para estabelecer unidades de conservação para a manutenção e proteção das espécies. Essa foi parte da estratégia adotada por duas iniciativas apoiadas pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza para cuidar de aves ameaçadas, como o periquito-da-cara-suja e a rolinha-do-planalto.

Os trabalhos desenvolvidos no Ceará e em Minas Gerais também servem de exemplo para o Dia Nacional de Defesa da Fauna, lembrado em 22 de setembro. No Ceará, o projeto “Aves da Serra do Baturité”, da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e encabeçado por Fábio Nunes, priorizaçõesde conservação direcionadas a 12 espécies de aves, como o periquito-da-cara-suja – considerado em perigo de extinção, com cerca de 300 indivíduos na Serra do Baturité.

Entre as iniciativas estão a instalação e o monitoramento de ninhos artificiais para estimular a reprodução na natureza e evitar a retirada de filhotes por caçadores; a sensibilização em escolas e comunidades contra o tráfico de animais; e censos populacionais de aves. Segundo Nunes, essas aves precisam de uma mata conservada para viver, pois elas se adaptam somente onde não existe intervenção urbana.













O periquito-da-cara-suja está presente apenas na Área de Proteção Ambiental da Serra do Baturité (CE) 
Créditos: Divulgação 



“O periquito-da-cara-suja é a espécie símbolo do nosso projeto e ele está presente apenas na Área de Proteção Ambiental da Serra do Baturité. Por essa característica, de ser uma espécie sensível a ações humanas, é necessário que sejam criadas mais áreas restritas de proteção integral para ajudar na conservação dessas aves”, explica o responsável técnico pelo projeto. Até agora, o projeto ajudou na criação de duas áreas protegidas na região: a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sítio Lagoa e uma unidade de conservação (UC) na categoria Refúgio de Vida Silvestre. Ambas são de extrema importância para a conservação do periquito-da-cara-suja e de outras aves, como o uru e o tucaninho-da-serra-do-baturité.

 “Projetos como esse são essenciais para conservarmos as áreas naturais remanescentes de nossos biomas e preservarmos as espécies que nelas sobrevivem. A criação de unidades de conservação tem sido a melhor estratégia para garantir que os animais silvestres se mantenham e reproduzam no seu habitat”, afirma o coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário, Emerson Antonio de Oliveira. Rolinha-do-planalto Outro projeto apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza foca na conservação da rolinha-do-planalto, espécie rara e exclusiva do Brasil que estava desaparecida há 75 anos, sendo redescoberta em 2015, em Botumirim (MG). A ave é uma das mais raras do mundo e seu status atual é “criticamente em perigo de extinção”, de acordo com a BirdLife International/IUCN (2017).

 Diante desse cenário, em 2016, a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil) iniciou o projeto de conservação da rolinha-do-planalto, focado em expedições para localizar novas populações – o que ainda não ocorreu – , na articulação para a criação de unidades de conservação e estudos sobre a ecologia da espécie. O trabalho resultou na criação, neste ano, de uma reserva e de um parque estadual para a proteção da espécie. “A reserva, que possui 593 hectares, foi comprada pela SAVE em fevereiro deste ano. Lá, são feitas pesquisas, buscamos novas populações e engajamos a comunidade local por meio da educação ambiental e da promoção do turismo, principalmente da observação de aves”, conta o responsável técnico do projeto, Albert Gallon de Aguiar. Já o Parque Estadual de Botumirim, criado em julho de 2018, possui 36 mil hectares que protegem toda a população conhecida da espécie – são cerca de 15 indivíduos identificados no local. “A criação da reserva particular e de um parque estadual eram dois grandes objetivos que foram atingidos pelo projeto. Entre as muitas ameaças à biodiversidade, a perda de habitat é a maior delas. Sem habitat natural, grande parte das espécies simplesmente caminham para a extinção e, por isso, o primeiro passo que devemos dar é proteger esses ambientes”, comemora Aguiar. Para o diretor da SAVE Brasil e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Pedro Develey, a descoberta de novas populações das espécies gera esperança, mas também muita responsabilidade.

“Agora, é importante pensar em medidas de manejo conscientes visando o aumento da população da rolinha-do-planalto. Por mais que a área e os habitats estejam protegidos, a espécie continua vulnerável e por isso a importância de continuar atuando com ações de conservação”, conclui. Sobre a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.

 Sobre a Rede de Especialistas A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.



VOCÊ TAMBÉM PODE COMENTAR OU ENVIAR SEUS ARTIGOS ATRAVÉS DE e-mail anoradiante@yahoo.com.br ou anoradiante@gmail.com . Pode também enviar pelos Correios pra Editora Radiante, rua Francisco Portela,102-Bairro N S Fátima-36.740-000-Recreio,MG

sábado, 8 de setembro de 2018

Documentário retrata como a savana mais rica do planeta responde ao fogo

Filme mostra expedição que analisou os impactos das queimadas no cerrado brasileiro e marca o dia nacional do bioma, lembrado em 11 de setembro










Pesquisadores passaram dez dias na Reserva Natural Serra do Tombador avaliando os impactos do fogo 
Créditos: Acervo / Fundação Grupo Boticário 














Anfíbios e répteis estão entre as espécies analisadas 
Créditos: Acervo / Fundação Grupo Boticário 


Em comemoração ao Dia do Cerrado, 11 de setembro, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lança um documentário com foco na savana mais rica do planeta. “A História depois do Fogo” conta em detalhes a expedição de dez dias realizada em fevereiro deste ano por 12 especialistas da fundação, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Goiás e PUC-Goiás. A ação teve como objetivo avaliar os impactos do fogo que atingiu 85% da área protegida pela Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), em outubro de 2017. Na próxima terça-feira (11), a partir das 8 horas, o filme estará disponível no site e nas páginas do Facebook e do Youtube da fundação.

















Incêndio de 2017 atingiu 85% da Reserva 
Créditos: Acervo / Fundação Grupo Boticário 


Nesta época do ano, ocorre o período de seca no Cerrado. Com pouca chuva, a baixa umidade do ar, os ventos fortes e o calor provocam queimadas que se alastram e tornam-se uma ameaça. Após o incêndio do ano passado, a fundação decidiu promover a segunda expedição de biodiversidade na Reserva Natural Serra do Tombador, desta vez com foco no impacto do fogo. “Pesquisas e expedições científicas como essa são de extrema importância para aumentar o conhecimento sobre a biodiversidade da Reserva e do cerrado. Neste caso específico, compreender o impacto do fogo sobre a fauna e a flora a partir de um ‘marco zero’ e realizar estes monitoramentos em longo prazo, vai possibilitar uma melhor compreensão não só dos processos de recolonização da vegetação, como ajuda a entender quais grupos de fauna são mais sensíveis ou mais resistentes a eventos como esse”, afirma Natacha Sobanski, analista de projetos ambientais da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
A expedição
Na expedição liderada pelo doutor em Ecologia e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza Fabiano Melo foram selecionados para estudo grupos específicos de animais que respondem com mais rapidez a distúrbios ambientais como o fogo. Foram escolhidos répteis, anfíbios, pequenos mamíferos não voadores, aves e formigas. Além disso, foi feito um inventário da vegetação nas áreas impactadas e não impactadas pelo fogo com o objetivo de acompanhar a mudança da estrutura e composição da vegetação após queimadas nessas áreas. “Os estudos iniciais feitos na Reserva Natural Serra do Tombador foram focados no inventário da biodiversidade. Agora, com a questão do fogo, estamos incrementando os estudos para aumentar o conhecimento geral da biodiversidade e, particularmente, para tentar entender qual o impacto do fogo sobre essa fauna e flora residentes na Reserva”, descreve Melo.


















Flora local também foi avaliada 
Créditos: Acervo / Fundação Grupo Boticário 



Compreender os padrões ecológicos desses grupos são cruciais não só para a conservação das espécies, mas de todo o ecossistema em que elas estão inseridas. O monitoramento de longo prazo, a partir dos dados levantados na expedição, possibilitará uma melhor compreensão de como está o restabelecimento do ambiente e do equilíbrio ecológico da reserva a curto, médio e longo prazos. Além disso, os resultados auxiliarão no refinamento das estratégias de prevenção e combate ao fogo no Tombador.
 Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Lendas do folclore brasileiro trazem à tona preocupação com a conservação da natureza

Personagens inspiram obras da literatura e podem ajudar a compor pauta da educação ambiental
Comemorado no dia 22 de agosto, o folclore é composto pelo conjunto de crenças, tradições, lendas e costumes de um povo. Lendas como a Comadre Florzinha habitam o imaginário cultural brasileiro e representam a preocupação de povos antigos em relação a um tema extremamente atual: a conservação da natureza.
Na obra infantil “A Flor do Mato”, lançada em 2018 pela Editora Positivo, Comadre Florzinha é retratada como uma figura que habita as matas e as protege – crença de algumas áreas rurais do Nordeste, principalmente na Paraíba, Pernambuco e Ceará. Traiçoeira, a menina conhecida como Flor do Mato pode tanto ajudar como prejudicar as pessoas que adentram a mata sem lhe pedir a devida licença. A obra é o segundo trabalho autoral do ilustrador e designer gráfico carioca Marcelo Pimentel e traz essa história da Zona da Mata nordestina, reinterpretando grafismos do Maracatu Rural – manifestação cultural com estampas florais e arabescos multicoloridos de grande personalidade e impacto visual.
Assim como a Comadre Florzinha, o Curupira e o Boitatá também são famosos protetores das florestas e dos animais. O Curupira, palavra de origem tupi guarani que significa “corpo de menino”, é conhecido como um anão de cabelos vermelhos que tem os pés virados para trás, sua principal arma para despistar e confundir os invasores das matas. Já o Boitatá significa “cobra de fogo” e é representado como uma grande serpente que possui a capacidade de se transformar em uma grande tora em brasa, punindo as pessoas que incendeiam as florestas.
Para Márcia Marques, professora titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, tais narrativas ajudam na construção e na transmissão de valores permanentes. “Essa riqueza cultural, que é tão característica do Brasil, pode ser utilizada também para a educação ambiental. Essas lendas representam uma preocupação antiga em relação à conservação da natureza e aprendizados como esse são levados pelas crianças até a fase adulta, criando cidadãos conscientes”, ressalta.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Sobre a Editora Positivo
Fundada há 39 anos, a Editora Positivo tem a missão de construir um mundo melhor por meio da educação. Tendo as boas práticas de ensino como seu DNA, a Editora especializou-se ao longo dos anos e tornou-se referência no segmento educacional, desenvolvendo livros didáticos, literatura infantil e juvenil, sistemas de ensino e dicionários. A Editora Positivo está presente em milhares de escolas públicas e particulares com os seus sistemas de ensino. Amplamente recomendados pela área pedagógica e reconhecidos pelos seus resultados, os sistemas foram criados de modo a atender a realidade de cada unidade escolar. Mais de 800 mil alunos utilizam os sistemas de ensino da Editora Positivo, em escolas públicas e particulares, no Brasil e no Japão.

Wilson Sons publica inventário de emissões de gases de 2017

É o quinto ano que a empresa participa da iniciativa do GHG Protocol no Brasil
O Grupo Wilson Sons publica pela quinta vez o inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), seguindo a metodologia do Programa Brasileiro do GHG Protocol. O documento, relativo às operações da companhia em 2017, foi apresentado na última quarta-feira (15/8). Ao todo, 140 empresas participaram da iniciativa este ano e são consideradas membros do programa.
Em 2017, em relação ao ano anterior, foi registrada redução de 2% das emissões. Foram emitidas no ano passado, por todas as empresas da companhia, 62.096 toneladas de CO2e, unidade padrão das emissões de gases de efeito estufa.
O inventário da Wilson Sons é qualificado como Selo Prata, devido ao reporte completo de suas emissões. Este abrange a participação societária das empresas Allink, WSUT e o consórcio da Baía de São Marcos. O grupo está entre os primeiros do setor naval e portuário no Brasil a adotar a metodologia desde 2014, ano de publicação do seu primeiro inventário.
“O Programa GHG Protocol no Brasil foi iniciado em 2008, portanto, hoje temos uma década de aprendizados e evolução nos relatos de emissões no país. É uma iniciativa que fortalece as discussões sobre a redução do uso de fontes de energia não renováveis, ao estimular a transparência das informações pelas empresas”, afirma a especialista em meio ambiente da Wilson Sons, Camila Pereira Felipe.
Sobre o Grupo Wilson Sons
O Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima no mercado brasileiro e oferece soluções da cadeia de suprimento, com mais de 180 anos de experiência. A Companhia presta uma gama completa de serviços para as empresas que atuam na indústria de óleo e gás, no comércio internacional e na economia doméstica, conectando as melhores soluções aos resultados esperados pelos seus clientes. Com presença nacional, atua de forma inovadora, acompanhando as tendências do mercado.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Brookfield faz chamada de propostas de projetos de responsabilidade social - 2018


A Brookfield Energia Renovável abre as inscrições para a décima edição do Edital para Seleção de Projetos de Responsabilidade Socioambiental . O Edital de Responsabilidade Socioambiental é publicado anualmente com o objetivo de selecionar projetos com cunho socioeconômico ou ambiental que contribuam para o desenvolvimento sustentável das comunidades ou grupos sociais das regiões onde a Brookfield Energia Renovável possui empreendimentos. O prazo para envio de projetos para o 10º Edital de Responsabilidade Socioambiental da Brookfield foi prorrogado até 01/04/18 . O Edital é encontrado em brookfield.com/responsabilidadesocial  .Neste ano a Brookfield Energia Renovável  seleciona um ou mais projetos para apoio financeiro, de acordo com sua disponibilidade orçamentária, nas regiões do Brasil na qual tem escritórios regionais.

A Brookfield Energia Renovável atuando na área de Responsabilidade Socioambiental, alinhada à premissa de que os empreendimentos de geração de energia são instrumentos de desenvolvimento econômico e social vai analisar as propostas de projetos segundo os seguintes eixos estratégicos: Produção Inclusiva Sustentável,  Educação e Água.

Produção Inclusiva e Sustentável:

Apoio a iniciativas que têm como objetivo o fortalecimento de modelos de produção, prestação de serviços e formação de redes solidárias, que valorizem os territórios como espaços de organização, autônomos, inclusivos e participativos, em uma perspectiva de equilíbrio entre produção,  consumo e meio ambiente.

Educação

Apoio a iniciativas que têm como objetivo o desenvolvimento humano integral, seu preparo para o exercício da cidadania, respeito ao meio ambiente, promoção dos direitos humanos e qualifi cação para o acesso ao trabalho decente. Neste contexto, a educação é entendida, de forma ampla e inclusiva, como estratégia de enfrentamento às desigualdades, promovendo a articulação entre os diversos atores sociais envolvidos nos processos formativos

Água :

Apoio a iniciativas que têm como objetivo garantir o acesso universal e a sustentabilidade do uso da água, fator crítico para a garantia da vida e para o desenvolvimento humano, tanto no campo como nas cidades. Inclui ações ligadas à gestão de recursos hídricos e ao uso racional da água, no que tange a conservação e/ou melhoria da disponibilidade de água em termos de qualidade e quantidade, incluindo a proteção de nascentes e matas ciliares, além do uso sustentável deste recurso.

Poderão participar deste Edital pessoas jurídicas de direito privado organizadas sob a forma deAssociações, Sociedades ou Fundações (como por exemplo: Institutos, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, entre outros) sem fi ns econômicos/lucrativos, políticos ou religiosos, que possam comprovar pelo menos 1 (um) ano do CNPJ proponente e que estejam compromissadas com as comunidades, localizadas nos municípios em que a empresa possui empreendimentos.

ALGUNS DOS PROJETOS APROVADOS por editais anteriores e já em atividades:

OFICINAS DE ARTESANATO E CIDADANIA

O projeto “Oficinas de artesanato e cidadania”, em Cataguases, Minas Gerais, ensina os membros da comunidade a produzir produtos artesanais como cartões, caixas e cadernos, e a como vender esses produtos a aumentar sua renda. A instituição responsável pelo projeto é financiada pela Brookfield para adquirir materiais e equipamentos necessários à produção dos itens. Parte dos lucros vai para os participantes no programa e o restante é reinvestido no projeto. A cada ano, cerca de 70 pessoas são selecionadas para participar.

PASSO AMIGO

Localizado em Bom Jesus, Rio Grande do Sul, o projeto “Passo Amigo” realiza terapia com cavalos para melhorar as condições de vida de crianças com deficiências físicas ou mentais. As crianças tratadas no programa beneficiaram-se da interação com os cavalos para melhorar diversas condições, incluindo hiperatividade, transtorno de déficit de atenção, paralisia cerebral e trauma emocional. Os participantes devem preferencialmente estar matriculados em escola pública e são atendidos por uma equipe multidisciplinar de profissionais especializados em saúde e educação.

PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA INTEGRADA E SUSTENTÁVEL

Solidamente voltada para o ambiente e o desenvolvimento sustentável, essa iniciativa auxiliar fazendeiros locais que optam pela agricultura sustentável, plantando frutas e vegetais sem utilizar pesticidas. Localizado no Rio Grande do Sul, o programa dá o suporte necessário, as informações e ferramentas para as famílias em comunidades rurais que desejam cultivar sem produtos químicos. Desde sua implementação, mais de 30 famílias beneficiaram-se do projeto